Enquanto cada
passo que dou, uma nota é tocada, ao ritmo romântico, eu vou tocando a minha
vida. Possuo um tambor no peito, uma harpa na alma e uma viola na imaginação.
Sou feito de sons filtrados para o aqui e o agora, e enquanto o meu (com)passo eu
dou, a livre imaginação solto fora. Procuro amigos harmônicos que me deem carinho e amor, que não só chamem a atenção, mas que tenham razão... De
dissonância, encontro muito, não procuro! Elas surgem, basta olhar ao redor. Escrevo
virtudes com notas amigas, levo anos desenhando-as e até encontro no resultado final mais do que uma
sinfonia, mas basta, na partitura, uma nota errada estar para destoar todo um trabalho. Não
desisto, apago e reescrevo. Uma obra inteira não pode acabar por um erro de mão
trêmula, mas de nada adianta se o erro persistir. Mas uma vez nas metáforas escondo meus sentimentos. Coloco em um baú meu caderno da vida e fecho a sete chaves...